sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Lições do Ideb: urgência não é igual a pressa

Os dados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2009, divulgados recentemente pelo MEC (Ministério da Educação), trazem um quadro evolutivo da aprendizagem e da aprovação dos nossos estudantes.

Se, por um lado, a análise dos dados recomenda reflexão, por outro, indica que há o que comemorar no desenvolvimento da educação.

A cautela se justifica pelo imenso desafio que a sociedade brasileira deve vencer nos próximos anos para atingir as metas para a educação básica traçadas até 2021, quando devemos chegar ao patamar que países desenvolvidos já alcançaram em 2003.

O desempenho do ensino médio também exige atenção especial. Se, nas séries iniciais do ensino fundamental, tivemos crescimento do Ideb, as notas do ensino médio seguem praticamente estagnadas.

Dito isso, quais são os motivos de comemoração? O principal é a própria existência do Ideb: ele representa o reforço de uma cultura de avaliação, baseada em objetivos e metas passíveis de acompanhamento não só por especialistas, mas pela sociedade. Para o Todos pela Educação essa é uma conquista que merece ser lembrada, já que não há boa gestão sem avaliação.

Outro fato que não pode deixar de ser celebrado é o resultado dos anos iniciais do ensino fundamental. Nessa etapa do ensino, o índice subiu de 4,2 pontos em 2007 para 4,6 pontos em 2009. E o crescimento foi puxado, principalmente, pela aprendizagem dos alunos na Prova Brasil, e não apenas pelas taxas de aprovação.

Certamente não alcançaríamos esse resultado se não fosse a contribuição direta de professores, diretores e gestores, que focaram o trabalho no alcance das metas traçadas. Se o país persistir nesta rota, nossas crianças terão bom desempenho nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio.

Mas, para prosseguir no caminho das conquistas na aprendizagem, temos de estar atentos aos agentes que interferem nos rumos da educação brasileira.

Ano eleitoral é momento mais que propício para isso, já que a população vai escolher seus representantes e, por consequência, as diretrizes das políticas públicas.

Não podemos aceitar dos próximos governantes uma desaceleração no processo de aprendizagem, porque ela, já sabemos, traz impactos decisivos sobre a vida de nossos jovens e sobre a capacidade produtiva e a competitividade do Brasil.

É preciso que haja, por parte do futuro presidente e dos próximos governadores, compromisso com os avanços que vêm sendo conquistados e com os caminhos sedimentados nos últimos anos.

E também que eles se envolvam na tarefa de acelerar o ritmo de melhoria da educação. Não devemos apressar ações sem o necessário fundamento, pois nosso compromisso deve ser com a aprendizagem dos estudantes. A educação exige urgência, o que é muito diferente de pressa.

Assim como na saúde, não existe uma prioridade única nas políticas de educação. Os problemas decorrem de diversos fatores e são variados os gargalos a serem atacados até a garantia de um direito constitucional: o da educação de qualidade para todas as crianças e jovens. Se observarmos a economia brasileira na última década, podemos constatar que superamos disputas ideológicas e partidárias que, embora legítimas, muitas vezes dificultavam a implantação de medidas econômicas que melhor atendessem aos interesses do país. Isso é o que defendemos na educação.


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JORGE GERDAU JOHANNPETER, empresário, é presidente do conselho de governança do Todos pela Educação.

Fonte: Folha de S. Paulo - 26/08/2010

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O analfabeto político

As eleições se aproximam.
Vale a pena começarmos a pensar no nosso papel e em como podemos usar o nosso voto em favor da valorização e do crescimento do Brasil, em contraponto a estes candidatos que tem se valido apenas da sua fama, sem nenhum compromisso social ou político.
Não diga que você não tem nada a ver com isso. Reflita! Veja o que Brecht escreveu sobre isto:

O Analfabeto Político

Bertolt Brecht

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

sábado, 21 de agosto de 2010

Entrevista com Doug Lemov

Só conhecimento teórico não forma bom professor

Docentes também precisam de técnicas para transmitir conhecimento, inspirar crianças e manejar sala de aula

Quando, aos 21 anos, começou a dar aulas, Doug Lemov, 42, conta que ouviu conselhos como "espere o máximo dos seus alunos todo dia" ou "tenha altas expectativas sobre seu desempenho". No momento em que ficava em frente aos estudantes em sala de aula, porém, isso lhe parecia pouco útil.

No meio de tantas frases de efeito, um professor mais experiente lhe falou algo bastante concreto: "Quando precisar dar instruções aos alunos, não faça isso caminhando pela sala enquanto distribui papéis. Eles precisam entender que o que você fala é mais importante do que qualquer outra tarefa".

Foi a partir de dicas práticas como essa que Lemov, hoje diretor de uma rede de Escolas nos EUA, passou a prestar atenção nas técnicas dos melhores professores.

Sua obsessão em descobrir o que faz o docente top quando fecha a porta de sua classe o levou a filmar por seis anos aulas de profissionais que conseguiam, mesmo em situações adversas, que seus alunos aprendessem.

Este trabalho virou livro de repercussão nos EUA, com 150 mil cópias vendidas, e que será lançado em outubro no Brasil , com o nome "Aula Nota 10" (Fundação Lemann e editora Da Boa Prosa).

Nele, Lemov descreve em termos bem práticos 49 técnicas de bons professores. Podem não ser frases glamourosas, mas funcionam. Em entrevista à Folha, o autor diz que seu livro não menospreza o conhecimento teórico. Apenas argumenta que, em vez de aprender apenas a partir de teorias, professores precisam olhar para o que fazem seus colegas com melhor desempenho.

Folha - Seu livro pode ser entendido também como crítica ao modo como se formamprofessores hoje nos EUA, com currículos que enfatizam demasiadamente teorias pedagógicas e deixam pouco espaço para o ensino de questões práticas de sala de aula. Como foi a repercussão?

Doug Lemov - Pela resposta que tive, percebi que o problema na formação de professores nos EUA é mais profundo do que imaginava.

Alguns me disseram que as ideias do livro eram muito intuitivas. Outros, que não havia nenhuma grande revelação e que o livro era até óbvio. Sinceramente, considerei elogio, pois isso revela que há mais pessoas que pensam da mesma maneira.

Eu tinha também algum receio de o livro não ser bem recebido por professores de Escolas públicas, já que trabalho numa organização que mantém Escolas "charters" [geridas pela iniciativa privada, mas financiadas pelo poder público para atender gratuitamente alunos pobres] e, nos EUA, tem havido muita disputa em torno deste tema.

Mas acho que os professores entenderam que o livro pode ser útil para seu trabalho, não importa em que tipo de Escola eles ensinam.

Só não tive resposta nenhuma das autoridades educacionais, responsáveis pela política de formação de professores. Deles, percebi um silêncio retumbante.

O que explicaria isso?

Talvez achem que eles estejam certos e eu, equivocado. Talvez porque estejam numa postura defensiva, se sentindo ameaçados com os que criticam a política atual de formação. Não estou certo de que as pessoas responsáveis pela formação de professores tenham em mente que o aprendizado das crianças tem que ser a prioridade.

Ao enfatizar a importância de aprender técnicas de manejo de turma em sala de aula, você não estaria menosprezando a formação teórica?

Em nenhum momento digo que o conhecimento teórico não é importante. Pelo contrário, é dramaticamente importante. Se você vai ensinar matemática, você tem que ter uma boa formação em matemática. Mas meu ponto é que só isso não faz de alguém um bom professor.

Acho que as técnicas que descrevo são úteis inclusive para docentes que têm amplo conhecimento da disciplina que lecionam.

Imagine uma Escola pública em área pobre que esteja precisando de um professor de física. Hoje em dia, já é difícil achar alguém que conheça bem a disciplina e esteja disposto a dar aulas.

Mas, se as pessoas com boa formação em física souberem também técnicas para fazer boas perguntas, inspirar crianças e manejar uma sala de aula, triplicaríamos o número de pessoas capazes de dar boas aulas.

Meu livro trata muito mais de como transmitir o conhecimento para os alunos. Quando você é especialista em algo, seu conhecimento sobre o tema é quase intuitivo. Isso pode significar que não seja natural para você pensar em formas de transmitir isso para estudantes.

No Brasil, há muitas críticas aos formatos tradicionais da sala de aula, pouco atrativos para jovens do século 21. No entanto, muitos professores reagem argumentando que a sala de aula não é um circo, e que aprender nem sempre é divertido. Qual sua opinião?

Não acho que tenha que se escolher entre um modelo ou outro. É certo que você deve inspirar os alunos e atrair sua atenção, mas é preciso também fazê-los trabalhar duro.

Só não entendo como algumas pessoas resistem tanto em melhorar. Se você me disser que há coisas que possa fazer para ser um pai melhor, eu vou querer aprender, mesmo que eu já me considere o melhor pai do mundo.

Se em sua Escola há uma maioria de professores desmotivados ou desinteressados em melhorar, é difícil ser o que dará o primeiro passo. Mas, se você dá esse passo, outros o seguirão, e isso se tornará uma bola de neve.

Mas, no Brasil, professores muitas vezes dão aulas em situações precárias. Como cobrar entusiasmo de um profissional nessa situação?

É certamente mais fácil ser um ótimo professor numa Escola maravilhosa. Mas, mesmo nas piores Escolas dos Estados Unidos, há sempre um, dois ou três que se destacam, e, no meu livro, eu destaco principalmente o trabalho de professores que dão aulas para alunos mais pobres.

Mesmo não conhecendo bem o Brasil, tenho certeza de que há bons profissionais mesmo emEscolas de pior desempenho. Meu ponto é que, em vez de aprender só com teorias, também deveríamos aprender com exemplo dos ótimos professores.

Há, porém, Escolas que facilitam o trabalho desses bons professores e outras que dificultam. Quais características você identifica nas que apresentem bons resultados?

Em primeiro lugar, são Escolas preocupadas, acima de tudo, no aprendizado do aluno. Parece bobo dizer isso, mas, na prática, nem sempre é o que acontece. Em segundo, há também uma constante análise de resultados, para identificar os pontos fracos e corrigi-los. Por último, são locais onde o professor se sente valorizado e respeitado.

E o que um diretor precisa fazer para motivar a equipe?

Sei que é comum o ceticismo de professores em relação a aperfeiçoamento. Em parte, eles têm razão, pois muitos conselhos ou treinamentos dão em nada. Mas fazer os professores confiarem no seu trabalho é um resultado, e não uma pré-condição. É preciso mostrar que você é capaz de ajudá-los a serem melhores. Se você consegue fazer isso ao menos com uma minoria, é natural que outros vejam o resultado e passem a acreditar em você.

Fonte: Folha de S. Paulo (SP)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Bienal do livro 2010

A Bienal já começou e você não pode ficar fora dessa!
Professor, inscreva-se previamente no link https://credenciamento.websiteseguro.com/credonline/index.php?ev=BIENAL2010 e facilite sua entrada no evento.
Divirta-se!!!!





exposição Mario de Andrade

Exposição sobre Mario de Andrade

Publico: professores (as) de ensino fundamental e educacao infantil, rede
pública
gratis
local: FEUSP e IEB (auditorios)
horario: 19h
abertura da exposicao no IEB: 18/08, 18h.
abertura do curso: 25/08 no auditorio da escola de aplicacao

inscrições: educaieb@usp.br

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Concurso Público

A prefeitura de São Bernardo do Campo abre inscrições no período de 23 de agosto a 14 de setembro para vários cargos na área da educação: professor, diretor, inspetor de alunos, auxiliar administrativo.
Para saber mais, acesse o edital no link abaixo:

http://www.vunesp.com.br/concursos/psbc1001/edital_psbc1001.pdf

Projeto Juventude e Prevenção da Violência

Projeto Juventude e Prevenção da Violência

Fundação Nosso Lar juventude_violenciaO Ministério da Justiça, por meio do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania - Pronasci firmou Termo de Parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública para o desenvolvimento e execução de ambicioso programa de trabalho sobre juventude e prevenção da violência. A parceria visa produzir insumos para a Coordenação de Juventude do Pronasci e, sobretudo, aprofundar o conhecimento em torno da associação de jovens de 12 a 29 anos com a violência.
Acesse os links para obter todo o material.

Cartilha 01
Cartilha 02
Cartilha 03
Cartilha 04
Cartilha 05