sexta-feira, 30 de julho de 2010

GUIA FÁCIL DA COLETA SELETIVA

Quer desenvolver um projeto de reciclagem com sua turma?
Veja abaixo resposta para algumas questões sobre o assunto que podem lhe ajudar neste trabalho:
1) Porque hoje se fala tanto em Coleta Seletiva?

Não é novo o fato de que as cidades produzem, diariamente, milhares de toneladas de lixo e que esse é um problema que vem se tornando cada vez maior. No entanto, estamos chegando a um ponto em que já não é mais possível prosseguir sem que medidas mais eficazes sejam tomadas. Os aterros já não conseguem absorver tanto lixo, e a degradação do meio ambiente está tomando proporções perigosas para nossa sobrevivência no planeta.
Nossos rios e represas estão cada vez mais contaminados, ratos e insetos proliferam, as ruas estão sujas favorecendo todo o tipo de doenças.
Em função disso, o poder público e a própria sociedade vem buscando soluções que preservem o meio ambiente e a nossa própria vida.
2) Porque a Coleta Seletiva vem sendo considerada uma solução no problema do Lixo?

Porque através da Coleta Seletiva podemos separar os materiais recicláveis dos não recicláveis. Isso quer dizer que uma parte do lixo pode ser reaproveitada, deixando de se tornar uma fonte de degradação para o meio ambiente e tornando-se uma solução econômica e social, passando a gerar empregos e lucro.

3) Quais são as vantagens da Reciclagem do Lixo?

As vantagens são muitas:
• A diminuição do consumo de matérias primas virgens (muitas delas não são renováveis e podem apresentar ainda exploração dispendiosa).
• Contribui para diminuir a poluição do solo, água e ar.
• Melhora a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população.
• Prolonga a vida útil de aterros sanitários.
• Melhora a produção de compostos orgânicos
• Gera empregos para a população não qualificada e receita para os pequeno e micro empresários
• Gera receita com a comercialização dos recicláveis
• Estimula a concorrência, uma vez que os produtos gerados a partir dos reciclados são comercializados em paralelo àqueles gerados a partir de matérias-primas virgens.
• Contribui para a valorização da limpeza pública e para formar uma consciência ecológica.

4) Quais são os materiais que podem ser reciclados?

Em geral, é possível reciclar papéis, vidros, plásticos e metais.

5) Quais são os materiais que não podem ser reciclados?

Não se recicla:
O Lixo Orgânico, ou seja, restos de comida, cascas de legumes, frutas, cascas de ovos, etc...
Os chamados Rejeitos, que seriam lenços, papel higiênico, absorventes e guardanapos de papel sujos, fotografias, bem como espuma, acrílico, espelhos cerâmicas, porcelanas, tijolos, etc...
Resíduos específicos, ou seja, pilhas e baterias.
Resíduos hospitalares, algodão, seringas, agulhas, gazes, ataduras, etc...
Lixo químico ou tóxico, como por exemplo embalagens de agrotóxicos, latas de verniz, solventes, inseticidas, etc...


6) Eu moro em um prédio e o lixo não é reciclado. Como posso colaborar para a implantação da Coleta Seletiva no prédio?

O primeiro passo é gerar CONSCIENTIZAÇÃO. Você pode, junto ao Síndico de seu prédio, elaborar um plano para conscientizar os moradores das vantagens da Coleta Seletiva. Isso pode ser feito através de palestras, cartazes informativos, manuais de Coleta Seletiva.
O importante é mostrar que a Coleta Seletiva, atualmente, é algo fácil, além de vantajoso. Basta o desejo e a boa vontade de todos.
7) Eu moro em um prédio de apartamentos e os moradores estão dispostos a reciclar o lixo. Qual é o próximo passo?

O próximo passo será elaborar um PROJETO DE RECICLAGEM, onde será considerada a logística do prédio e a forma como o lixo será coletado. Feito isso, você já estará apto a adquirir os coletores específicos para o seu caso, e fazer com que sejam devidamente sinalizados.

8) E depois de feita a Coleta Seletiva? O que eu faço com o Lixo Reciclável?

Existem várias maneiras de se dar destino ao Lixo Reciclável:
Caminhões de Serviço de Limpeza: A prefeitura já disponibiliza caminhões que recolhem o lixo reciclável em dias específicos. Consulte, junto ao serviço de limpeza pública, os dias em que esses caminhões passam no seu bairro.
Entrega Voluntária: Existem vários postos de entrega voluntária na cidade, que arrecadam o lixo reciclado. Esses postos ficam em supermercados, escolas, parques, praças, etc. Nesses postos você poderá entregar o lixo, depositando-o no seu respectivo coletor.
Empresas especializadas em recolhimento de recicláveis: São empresas que coletam o lixo e o encaminham para as usinas de reciclagem. Isso é feito através de uma solicitação sua, e da realização de um contrato. Em geral isso é feito quando a quantidade de lixo á maior.

9) Eu já comecei e reciclar o lixo, mas fico confuso com relação a alguns itens. Existe uma tabela que diga em detalhes o que pode ou não ser reciclado?

Você pode consultar as TABELAS DE RECICLAGEM, que trazem de forma detalhada os materiais recicláveis e não recicláveis dentro das categorias Plástico, Metal, Papel e Vidro.
10) Eu posso escolher os coletores nas cores que eu quiser ou existe uma padronização das cores?

Se você for separar apenas o Lixo Reciclado do Não Reciclado, terá mais flexibilidade na escolha dos coletores.
Mas se você for separar detalhadamente os materiais recicláveis, nas categorias plástico, metal, papel e vidro, existe uma padronização, como se segue:
AZUL:  papel/papelão
VERMELHO: plástico
VERDE: vidro
AMARELO: metal
PRETO: madeira
LARANJA: resíduos perigosos
BRANCO: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde
ROXO: resíduos radioativos
MARROM: resíduos orgânicos
CINZA: resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de separação

Quer saber mais sobre o que pode e o que não pode ser reciclado? Clique na tabela abaixo:























Fonte: http://www.naturallimp.com.br/newSite/home/index.php?area=a003

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Plano de Desenvolvimento da Educação - PDE

Observatório lança publicação com balanço do Plano de Desenvolvimento da Educação

Três anos após a sua criação pelo governo federal, o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) ainda é um desafio para pesquisadores e pessoas atuantes na área, que têm dificuldade em fazer seu monitoramento e avaliar o impacto do plano sobre a educação brasileira.

A análise sobre a implantação das ações e programas que estruturam o plano é o foco da edição 28 do “Desafios da Conjuntura”, produzido pelo Observatório da Educação (baixe o caderno na íntegra aqui).

Inspirada no debate “O Plano de Desenvolvimento da Educação – resultados e desafios”, realizada em setembro de 2009 na Ação Educativa, a publicação contém artigos, entrevistas, análises da cobertura midiática e reportagens sobre o PDE.

O ministro da educação Fernando Haddad, a pesquisadora da USP Maria Clara di Piuerro, a deputada federal Maria do Rosário e o presidente do Conselho Nacional da Educação, César Callegari, são alguns dos entrevistados. Maria do Carmo Brant Carvalho, Sérgio Haddad e Clemente Ganz Lúcio discutem em artigos os resultados e desafios do plano.

Baixe aqui o caderno na íntegra, em PDF.

A versão impressa será disponibilizada gratuitamente às pessoas interessadas no tema, que devem entrar em contato com o Observatório da Educação.

Contatos:
observatorio@acaoeducativa.org
(11) 3151-2333 ramais 170 e 175


Fonte: http://www.observatoriodaeducacao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=942:observatorio-lanca-publicacao-com-balanco-do-plano-de-desenvolvimento-da-educacao&catid=66:pde&Itemid=104

quarta-feira, 28 de julho de 2010

20 mil!

Chegamos a 20 mil acessos!!!

Obrigada a todos os nossos leitores e parceiros que contribuiram para isso.


Esperamos continuar fazendo deste um espaço de troca, divulgação, aprendizagem, visando sempre a melhoria na qualidade da educação.





A equação do futuro

O Estado de S. Paulo – Domingo, 25 de Julho de 2010

A educação do amanhã substitui a padronização pela criatividade e troca o foco no currículo pela atenção ao aprendiz

Evolução. No passado, aluno diferentes eram ensinados da mesma forma. Hoje, grande desafio é capitalizar a diversidade entre os estudantes
Ano após ano, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) reprova o Brasil no quesito igualdade. O ranking das escolas com melhor desempenho reproduz o abismo da diferença entre a qualidade do ensino oferecido em instituições públicas e privadas. Assim, distancia ainda mais os alunos com a garantia de um futuro bem-sucedido nas universidades dos que engordarão a massa de trabalhadores com escolaridade limitada. O teste final que as avaliações da educação brasileira propõe é como resolver um problema antigo com soluções diferentes e inovadoras.
Para Andreas Schleicher, diretor de Programas de Análise e Indicadores em Educação da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e responsável pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), os dados de verificações como o Enem podem sugerir alguns caminhos. Mas a resposta está mesmo na formulação de um novo modelo de educação, "menos centrado no currículo e mais no aprendiz". "Precisamos entender que a aprendizagem não é um lugar, é uma atividade. Sistemas educacionais precisam reconhecer que os indivíduos aprendem de formas diferentes", diz o físico alemão.
Em entrevista por e-mail, Schleicher defende que, quanto mais autonomia a escola e os professores tiverem, maior será sua interação com os alunos. Além disso, os educadores terão de reinventar suas ferramentas para formar jovens preparados para problemas que nem sequer surgiram ainda. "No passado, professores sabiam que o que eles ensinassem duraria por toda a vida do aluno. Nos dias de hoje, a escola precisa preparar os estudantes para profissões que não foram criadas e tecnologias que não foram inventadas." Schleicher faz ainda um alerta aos gestores de educação: "As nações que não têm bons fundamentos nunca pagaram um preço tão alto por essa deficiência".

Quais as razões para avaliarmos tanto os estudantes, com exames ao fim de cada nível de escolaridade? É para filtrar quem deve chegar ou não ao ensino superior?

O propósito das avaliações não é prioritariamente o de definir caminhos de entrada ou saída para os estudantes, mas sim o de identificar necessidades e melhorias no processo de ensino. Bons sistemas de avaliação reconhecem que um aprendizado de excelência abrange tanto o processo quanto seu conteúdo. O resultado dessas avaliações não produz apenas notas para as escolas, mas tenta fornecer uma compreensão abrangente sobre os estudantes e as estratégias conceituais que eles usam para resolver problemas.

O que mais se aproveita do resultado desses exames?

As verificações melhoram o aprendizado de alunos, professores, administradores de escolas e formuladores de políticas públicas. A partir delas, pode-se construir um quadro claro para atribuição de responsabilidades. Isso significa gerar informação que pode ser transformada em ação. Boas avaliações deixam professores mais conscientes de suas deficiências e isso normalmente resulta numa mudança de comportamento. Em vez de simplesmente selecionar e filtrar aqueles que parecem ser os alunos mais talentosos, escolas e professores competentes usam esses dados para distinguir os alunos extraordinários dos medianos, para estimular a capacidade individual.

Qual a importância desse estímulo?

É simples: as oportunidades para aqueles bem educados nunca foram tantas, mas também os indivíduos - e as nações - que não têm bons fundamentos nunca pagaram tão caro for essa deficiência. Na verdade, o preço econômico e social que as sociedades pagam por não educar bem a totalidade de suas crianças é muito mais alto do que seria o investimento na própria educação.
Números do Enem mostram que o Brasil ainda sustenta uma enorme diferença entre o ensino particular e o privado. Estamos investindo pouco em educação?
É importante analisar o contexto dos dados do Enem. Essa é outra lição que bons sistemas de avaliação nos dão: a comparação deve ser feita entre diferentes períodos da mesma escola, para se analisar quanto ela melhorou. O mesmo parâmetro é verdadeiro quando comparamos países. Não é possível comparar substancialmente países como Finlândia e Japão com o Brasil sem levar em conta o contexto socioeconômico. Na verdade, quando se considera esse pano de fundo, o Brasil está entre os mais bem-sucedidos em melhorar seu desempenho educacional e a igualdade. Sistemas educacionais sempre falam de igualdade e agora nós conseguimos medir seu sucesso nisso, na forma como as escolas conseguem moderar o impacto que o background social tem na educação.

O que países como Finlândia e Japão têm a nos ensinar?

Educação de alta qualidade existe em todo o mundo. Na América do Norte, o exemplo é o Canadá. Na Europa, a Finlândia. Na Ásia, temos Japão, Coreia do Sul e Cingapura. Eles são diferentes entre si, mas têm pontos em comum relevantes. Primeiramente , onde estudantes atuam num ambiente caracterizado pelas expectativas de um bom desempenho a relação com os professores melhora e o moral dos educadores aumenta. Muitos países mudaram suas prioridades, saindo do simples controle dos recursos e do currículo para um foco maior nos resultados do processo educacional. Isso tem direcionado esforços no sentido de uma articulação das expectativas que a sociedade tem e a tradução dessas expectativas em parâmetros e objetivos.

O que esses parâmetros determinam?

Eles ajudam a estabelecer conteúdos rigorosos e coerentes em todos os níveis de escolaridade; reduzem as diferenças de currículos entre esses níveis; diminuem a variação desses currículos de classe para classe; facilitam a coordenação de formuladores de políticas públicas; reduzem a desigualdade de currículos entre diferentes grupos socioeconômicos. Muitos sistemas somaram o desenvolvimento desses parâmetros a uma maior atribuição de responsabilidades à linha de frente do ensino, encorajando escolas a dar respostas assertivas aos problemas locais e ajudando escolas e professores a fazer isso de forma significativa.
Como dar essa autonomia a escolas e professores?
Parâmetros claros e específicos permitem acesso às melhores práticas profissionais nas escolas e ajuda os professores a expandir seu repertório de estratégias pedagógicas para personalizar o ensino para todos os alunos e adotar abordagens inovadoras. Os melhores sistemas educacionais do mundo escolhem as pessoas certas para se tornarem professores porque sabem que a qualidade de educação será proporcional à qualidade do corpo docente e porque a escolha errada desses profissionais pode resultar em 40 anos de ensino fraco. Países como a Finlândia e a Coreia do Sul recrutam seus professores entre os 10% dos que se formaram nos primeiros lugares.

E com relação às escolas?

Na maioria dos países exemplares as escolas se tornaram um ponto chave na reforma educacional, e elas são responsáveis pelos resultados que apresentam. Na Finlândia, por exemplo, o planejamento estratégico acontece em todos os níveis do sistema. Cada escola discute a visão nacional do assunto e, paralelamente, o que essa estratégia representam para ela. O mais impressionante nos ótimos resultados de países como Finlândia e Canadá não são apenas as altas médias de desempenho, mas o fato de eles conseguirem que todos os estudantes e as escolas alcancem essa média. A eventual intervenção e apoio nas escolas não é a aplicação de ideias pré-concebidas - ao contrário, trata-se de diagnosticar problemas em cada escola e desenvolver soluções personalizadas. Também se trata de garantir que as escolas que encaram os maiores desafios tenham acesso aos professores e diretores mais talentosos.
Ou seja, profissionais do ensino têm mais responsabilidades.
Exato. Em todos os países que se saíram bem no Pisa, é responsabilidade das escolas e dos professores se engajar na diversidade de interesses dos estudantes, em suas capacidades diferenciadas e em seus diversos contextos socioeconômicos, sem a alternativa de fazer o aluno repetir de ano ou se transferir para uma escola menos exigente - atalhos normalmente usados em países com desempenhos ruins, onde os diretores de escola e professores podem enganar a si próprios dizendo que fizeram a coisa certa, mas têm os alunos errados.

Como a tecnologia está transformando os antigos modelos de ensino?

Uma palavra-chave para o uso da tecnologia na educação costumava ser o aprendizado "interativo". Agora, ele precisa ser "participativo". E, embora a educação a distância seja uma peça importante da educação no futuro, o ensino permanecerá uma experiência humana. Nas gerações passadas, professores sabiam que o que eles ensinassem duraria por toda a vida do aluno. Hoje, a escola precisa preparar os estudantes para mudanças econômicas e sociais mais rápidas do que nunca, para profissões e tecnologias que não foram inventadas e problemas que ainda não sabemos se surgirão. Como podemos criar uma cultura de educação para a vida inteira e para todas as áreas da vida que atinja a todos? O dilema dos educadores é que as habilidades cognitivas rotineiras, aquelas fáceis de ensinar e de avaliar, são também as mais facilmente digitalizadas, automatizadas e terceirizadas. O sucesso em educação não é mais a reprodução de conteúdo e conhecimento, mas é a capacidade de aplicar esse conhecimento em situações inéditas.

Dê um exemplo.

A questão não é se o ensino da matemática deveria ser mais ou menos rigoroso. O desafio é garantir que a matemática não se restrinja a um mundo de equações e teoremas, mas se transforme numa linguagem que permita aos alunos descrever, estruturar e compreender o mundo. O caminho até esse ponto é desafiador.
Estamos nos preparando para esse desafio? Qual seria o modelo de ensino ideal para o século 21?
Num sistema educacional antigo e burocrático, professores eram deixados sozinhos nas classes com uma receita do que ensinar. O modelo moderno estabelecerá objetivos ambiciosos, será mais claro sobre o que os estudantes devem se tornar capazes de fazer, atribuirá responsabilidades e arregimentará professores com ferramentas para ensinar seus alunos individualmente. A educação do passado se resumia a um conhecimento despejado, a do futuro é um conhecimento gerado por professores e estudantes. No passado, alunos diferentes eram ensinados da mesma forma. Hoje, o desafio é incluir a diversidade no ensino. O objetivo do passado era a padronização. Agora, é a criatividade, a personalização das experiências. O passado era centrado no currículo, o futuro é no aprendiz. Nós também precisamos entender que a aprendizagem não é um lugar, é uma atividade. Sistemas educacionais precisam reconhecer que indivíduos aprendem de formas diferentes - inclusive, de formas diferentes ao longo de suas vidas.

Texto por Flávia Tavares

terça-feira, 27 de julho de 2010

Super Interessante

Os editores da Revista Super interessante, em um gesto incomum, liberaram, para leitura e consulta, o conteúdo das edições de 1988 a 2006. Com certeza esta é uma rica fonte de material de pesquisa para trabalhos escolares e para planejamento de aulas e projetos interessantes.
Não deixe de visitar:

http://super.abril.com.br/super2/superarquivo/

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Teatro

REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 159
Freire no palco
As agruras e desafios da vida de professor estão no centro das preocupações de Sobre sonhos e esperança, peça baseada nas reflexões do mais conhecido educador brasileiro
Lucie Ferreira


Depois de um dia cansativo, Maria Amélia Azevedo Cunha, conhecida pelos alunos como Tia Lia, espera encontrar a paz durante o sono. Porém, um pesadelo com dois monstros cobrando as planilhas de notas mostra que a desilusão e o estresse da professora vão além da sala de aula. Mas eis que um sábio senhor de barbas brancas irrompe na cena e conversa com a professora sobre os medos e as dificuldades enfrentados na vida. Esse homem se identifica como Paulo Freire.

Nascido em 1921, no Recife, o educador Paulo Freire é a inspiração da peça Sobre sonhos e esperança, da Companhia Arte Tangível. As ideias do pensador guiam a protagonista, uma professora do ensino fundamental, em seus momentos de reflexão e mudança. "A educação pode mudar as pessoas; as pessoas podem mudar o mundo", diz o Paulo Freire interpretado por Alexandre Saul. Freire é, sem dúvida, o educador brasileiro mais conhecido no Brasil e no mundo. O fato de haver uma peça que dialoga diretamente com sua obra é mais um indício da importância social crescente da educação, manifesta em especial pelo paradoxo do valor que se atribui ao conhecimento, contrastado com a pouca valorização do professor. A peça já foi assistida por mais de seis mil pessoas em apresentações em teatros e escolas.

Diretora e coautora da peça, escrita em parceria com Thomas Holesgrove, Luciana Saul conheceu Freire e seus pensamentos por intermédio da mãe, a educadora Ana Maria Saul, que trabalhou com ele durante 17 anos na PUC-SP. "Houve um momento em que aliar a prática de nosso grupo no trabalho na periferia ao referencial progressista, democrático e crítico-transformador da obra de Freire se tornou urgente. Assim, escolhemos alguns temas tratados pelo educador para construir o roteiro e a encenação", explica Luciana.

Para escrever Sobre sonhos e esperança, os autores selecionaram trechos e temas de obras de Paulo Freire, além de consultar professores para falar sobre questões inquietantes a respeito da profissão. Por exemplo, as planilhas de notas que aparecem no pesadelo da protagonista e o desânimo frente ao desafio de motivar o aluno foram sugeridos pelos docentes consultados. Um dos grandes desafios foi o cuidado para que os conceitos mencionados fossem apresentados de forma simples, mas não simplista.

Segundo Luciana, educadores que conhecem a obra de Paulo Freire podem assistir ao espetáculo e identificar, por exemplo, uma possibilidade de transformação do trabalho do professor por meio da leitura da realidade. No entanto, há aqueles que não leram o pensador, mas trabalham, ainda que intuitivamente, com sua abordagem da educação. De acordo com a coautora, após assistir à peça esses educadores sentem a necessidade de buscar na obra de Freire as bases para sua prática e outros caminhos possíveis de transformação. "Buscamos apresentar temas importantes que inspirem os espectadores a uma reflexão e transformação de suas práticas, por meio de uma linguagem prazerosa e divertida", comenta.

Entre o pesadelo e a realidade
Na peça, a protagonista acredita que a solução para a pressão sofrida é tirar a licença médica e desaparecer em um transatlântico, mas Paulo Freire intervém e apresenta propostas que irão mudar a maneira como realiza seu trabalho: ensinar com seriedade e alegria, substituindo o arcaico método de memorização mecânica pelo debate e estimulando a participação e o questionamento dos alunos, representados por Melissa (Fernanda Quatorze Voltas) e Jerson (Thomas Holesgrove). A primeira pertence à classe média e sonha em se tornar piloto de avião, desejo reprimido pelo pai, que acredita que a mulher deve apenas casar e ter filhos - se estuda é para ter o mínimo de conhecimento e não parecer ignorante diante do marido. Já Jerson é de classe baixa e trabalha como malabarista nos faróis. Impaciente, sua preocupação na sala de aula se resume ao horário do recreio para poder comer. "Escolhemos duas situações extremas de alunos e famílias de alunos para poder abrir o debate sobre diversos assuntos imbricados nessas situações", conta a diretora, que também interpreta Maria Amélia, ao justificar a construção de personagens um tanto monocórdias.

Além de abordar a relação professor-aluno, caracterizada como uma relação de poder, a peça retrata a reunião de pais e mestres na qual a atitude de Maria Amélia é criticar Jerson sem propor soluções para melhorar seu aprendizado. Por outro lado, o pai de Melissa critica a escola porque acha que a filha aprende muito devagar e acredita que o aprendizado se resume a memorizar o conteúdo cobrado no vestibular. Ou seja, trabalha com visões "clichê" que as partes têm entre si para colocá-las em xeque.

No momento em que a professora reflete sobre a função da escola e do seu trabalho, o personagem de Paulo Freire propõe maior diálogo entre os pais e a instituição para propiciar mudanças e para que se cultive o gosto do aluno pelo aprendizado. Entretanto, como enfatiza a peça, as mudanças não ocorrem de maneira repentina: requerem uma reinvenção da prática - a aliança entre pais, professores, alunos e escola, e a rejeição ao individualismo.

Com base no pensamento de Paulo Freire, a peça defende a necessidade de descobrir o que os alunos sabem, do que gostam e quais são seus sonhos e anseios; ouvir o que pensam e incentivá-los a questionar e a raciocinar. Quando a escola abre espaço para o aluno se expressar, passa a ter maior interesse em aprender e em entender o mundo e a comunidade onde vive. "O que acontece na aula deve ter relação com o que acontece lá fora", diz a professora ao identificar, com a ajuda dos alunos, caminhos eficientes para facilitar o aprendizado.

O espetáculo em debate
No dia em que a reportagem assistiu à peça, ela havia sido apresentada como parte do evento ""II Seminário Web Currículo PUC-SP". Após o término, um debate entre o público (formado por professores, educadores e pedagogos) e os componentes da Arte Tangível trouxe observações relacionadas aos temas abordados pelo espetáculo e os desafios diários enfrentados pelos profissionais de ensino, que afirmaram ter se identificado com a protagonista, do pesadelo à persistência em mudar a forma como o ensino é realizado no país.

A professora de pedagogia da Universidade Federal do Tocantins (UFT) Valdirene Jesus nota que a opressão sofrida pela protagonista é semelhante à que ocorre na região onde trabalha. "É mais cômodo aceitar o sistema do que lutar por algo melhor", destaca. Ela diz que a escola e a educação acabam se tornando instrumentos políticos, pois os funcionários são escolhidos por indicação. "Para os professores, não adianta inovação, porque o momento político pode tirar o cargo", revela. "Então, é preciso acreditar e mudar - e não muda do dia para a noite", completa. Quem também se identificou bastante com o tema apresentado em Sobre sonhos e esperança foi o professor de ciências Elan Barreto, que leciona em uma escola pública de Angra dos Reis. "A gente se vê na peça e ela nos faz voltar à obra de Paulo Freire", comenta.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

IDEB

Reportagem publicada no jornal Estado de São Paulo do dia 07/07 revela que o investimento feito pelo MEC nas escolas com pior resultado no IDEB em 2005 não contribuiu de forma significativa para o aumento dos índices nessas escolas, já que pelo menos metade delas não conseguiu sequer alcançar a meta estipulada.
No grande ABC, a maioria conseguiu atingir a meta e esta próximo aos patamares propostos pelo MEC de 6,0. Algumas escolas já até superaram esta meta.
Mas , para que todas cheguem lá, é preciso que haja políticas públicas mais efetivas. Apenas o envio de dinheiro não é suficiente para uma mudança significativa. É preciso que hajam ações como a mudança na formação dos professores, que seja realizada de forma a atender as necessidades pontuais de cada escola e, principalmente, as necessidades dos alunos.
Além disso, é preciso também investir na valorização do professor e no aumento real de salários de modo que este seja um motivador para a busca da profissão, trazendo assim os melhores profissionais para a área.
Pesquisa feita em escola estadual de Ensino Médio de São Paulo no mês passado, revela que, dos 130 alunos que participaram, apenas 24 tem algum interesse nas licenciaturas, sendo que destes, 12 são para Educação Física, ou seja, se não houver uma mudança radical, não haverá interesse das próximas gerações em buscar as carreiras do Magistério.
Este ano, teremos eleições presidenciais e estaduais. Vamos ficara de olho nas propostas dos candidatos para ver que, de fato, está preocupado com isso e tem propostas concretas para reverter este quadro, pois ao contrário, a situação só tende a piorar.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

A Sala de Aula Estruturada

A Fundação Lemann promoveu na última semana um seminário com o tema A Sala de Aula Estruturada.

Este encontro teve como objetivo apresentar ao público presente a pesquisa realizada por Paula Louzano, com apoio da Fundação Lemann sobre o uso do material estruturado em sala de aula e os impactos que causam na aprendizagem dos alunos medidos pelos resultados das avaliações externas.

Este é um assunto bastante polêmico pois, para muitos professores e estudiosos, fere a autonomia do professor. Porém, em seu livro A vantagem Acadêmica de Cuba, o pesquisador americano Martin Carnoy questiona essa autonomia em favor do direito do aluno de aprender.

Para participar dessa discussão acesse o portal Portal Líderes em Gestão Escolar e veja a apresentação das palestrantes, o vídeo com as palestras na íntegra, as fotos do evento e as reportagens publicadas sobre o tema para que possa ter mais informações sobre a pesquisa.
Acesse o link http://www.lge.org.br/conteudoPortugues/modelos/conteudo_noticia.aspx?codConteudo=290&codTipoConteudo=noticia

No blog Ideias em Educação (www.lge.org.br/ideiasemeducacao), você também encontra mais material sobre o tema. A educadora Guiomar Namo de Mello fala sobre o estudo em entrevista exclusiva e o post “Por que a tromba?” comenta a repercussão do estudo entre alguns grupos da academia.

Se quiser, deixe depois seus comentários em nossa página para alimentarmos essa discussão.

terça-feira, 6 de julho de 2010

IDEB 2009

O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) é a "nota" do ensino básico no país. Numa escala que vai de 0 a 10, o MEC (Ministério da Educação) fixou a média 6, como objetivo para o país a ser alcançado até 2021.
O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar (ou seja, com informações enviadas pelas escolas e redes), e médias de desempenho nas avaliações do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o Saeb – para os Estados e o Distrito Federal, e a Prova Brasil – para os municípios.
Criado em 2007, o Ideb serve tanto como dignóstico da qualidade do ensino brasileiro, como baliza para as políticas de distribuição de recursos (financeiros, tecnológicos e pedagógicos) do MEC. Se uma rede municipal, por exemplo, obtiver uma nota muito ruim, ela terá prioridade de recursos.
O índice é divulgado a cada dois anos.
O objetivo do MEC é que o Brasil atinja nota 6 nas avaliações de 2021 - as notas serão divulgadas em 2022, ano do bicentenário da Independência do Brasil.
Chegou-se a esse número com base na média das notas de proficiência dos países desenvolvidos da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), uma organização internacional e intergovernamental que agrupa os países mais industrializados da economia do mercado.

No estado de São Paulo este ano, a nota para as séries finais do EF foi 4,5 - um pouco acima da meta nacional de 3,7. Já na cidade de São Paulo a nota foi 4, ficando abaixo da média do estado.
Santo André, cidade localizada na grande São Paulo, a média foi 4,4 aproximando-se da média do Estado.

Nas séries iniciais, a cidade de Santo André deu mais um passo em direção à meta nacional de 6,0 chegando à 5,1, graças ao empenho da última gestão na busca pela qualidade do trabalho com foco na formação de professores alfabetizadores e na formação dos coordenadores pedagógicos para que estes fossem agentes de formação dentro das escolas.

Merece destaque a EMEIEF Carolina Maria de Jesus, vencedora do Prêmio Escola da Fundação Victor Civita em 2007 e que, em 2005, tinha um dos índices mais baixos do município e agora, ultrapassou a média da cidade chegando a 5,2.

Para ver o IDEB da sua escola, acesse o site http://sistemasideb.inep.gov.br/resultado/

Quer saber mais? Acesse:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=180&Itemid=336