Mais tempo para quê?
Este é o tema da reportagem da revista Educação deste mês que trata da questão da educação integral e faz um contraponto com a educação em tempo integral; Maria do Carmo de Carvalho (CENPEC) alerta para o fato de que a educação integral não é simplesmente estender o horário, mas garantir ao aluno as educações afetiva, moral, esportiva, além da cognitiva.
Vitor Paro (USP) reforça essa diferenciação dizendo que não é puramente uma ampliação de horário, pois dessa forma o que já é ruim seria apenas ruim por mais tempo, sacrificando duplamente a criança.
Segundo eles, é necessário sim que o tempo seja ampliado, mas isto não é suficiente. É preciso um currículo que envolva estas outras áreas da educação e também que os professores possam estar mais integrados para fazer um trabalho de qualidade. Outro ponto é que é possível que essas outras ações aconteçam em parceria com outros espaços da comunidade, saindo exclusivamente dos muros da escola.
Estamos a alguns meses das eleições e, em breve, todos estarão defendendo em seu plano de governo que o aluno permaneça mais tempo na escola. Mas será preciso perguntarmos então, Mais tempo para quê? É preciso que haja uma política pública que garanta as condições necessárias para que esta ampliação de horário valha a pena e que contribua de fato para o desenvolvimento pleno dos educandos.
Vamos ficar atentos e exercer o nosso papel questionando e fazendo com que as propostas de educação em tempo integral, possam ser mais do que isso, favorecendo o desenvolvimento de uma educação/formação integral do aluno.
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