sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Educador Paulo Freire é anistiado


Mais de dez anos depois da morte do professor, governo pede desculpas publicamente pelas violências às quais foi submetido durante a ditadura militar. Segundo a esposa de Paulo Freire, Ana Maria Freire, a pior das atrocidades cometidas contra o educador foi o exílio imposto pelo regime.
Ana Maria Freire emocionou a platéia lembrando da paixão do marido por Pernambuco e pelo Brasil
“Hoje, Paulo, você pode descansar em paz. Sua cidadania plena sem vazios e sem lacunas foi restituída como você queria. Tome, Paulo, o diploma é seu”. Com essas palavras, a viúva de Paulo Freire, Ana Maria Freire, emocionou os presentes durante a sessão de julgamento do pedido de anistia política ao educador, realizado na última quinta-feira, em Brasília. A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça declarou por unanimidade Paulo Freire como anistiado e concedeu a Ana Maria Freire uma reparação financeira de 100 mil reais pelos danos que a ditadura causou ao professor.
A cerimônia fez parte da programação do Forum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica. No auditório principal do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, cerca de três mil pessoas assistiram ao julgamento e aplaudiram de pé as palavras Ana Maria Freire e a decisão da comissão, que pediu desculpas pelos erros cometidos pelo governo militar contra Paulo Freire.
O relator do processo, o advogado Edson Pistori, narrou aos presentes a trajetória de Freire e a repressão que sofreu desde que a ditadura foi instaurada. Com o ato institucional n 1, editado ainda no ano de 1964, o professor foi obrigado a abandonar as funções que exercia na então Universidade de Recife, hoje Universidade Federal de Pernambuco, já que foi aposentado compulsoriamente pelo regime.
O trabalho de alfabetização de jovens e adultos que Paulo Freire desenvolvia junto ao Ministério da Educação do Governo João Goulart, também foi interrompido. O educador passou 70 dias na prisão e em seguida, foi obrigado a fugir para o exílio. Com ajuda do embaixador da Bolívia, foi primeiro para este país, posteriormente para o Chile, se instalando aí durante alguns anos e seguindo depois para a Europa.
Durante 16 anos, um dos mais reconhecidos educadores brasileiros, teve que viver longe de sua terra, o que, segundo Ana Maria Freire, foi uma grande dificuldade para ele. Paulo Freire só pôde voltar ao Brasil em 1980. Ana Maria considera, inclusive, que o sofrimento pelo qual passou no exílio foi um dos motivos que causaram sua morte, em 1997.
“A perseguição que Paulo Freire sofreu, mais do que qualquer outro caso que já julgamos nessa comissão constitui um caso de perseguição política coletiva, que teve implicações para milhares de brasileiros. O pedido de desculpas deve ser feito também a cada cidadão e cidadã brasileira que ainda hoje não tem a possibilidade de reconhecer sua língua e de ler o mundo em que vive”, afirmou Edson Pistori.
Após a aprovação por unamimidade do pedido de anistia um grito forte soou da platéia: “Paulo Freire não morreu e nunca morrerá!”, vibrou um homem do meio do povo. A platéia respondeu com aplausos.
“Que cada um que esteja aqui possa multiplicar em alto e bom tom que o Brasil anistiou Paulo Freire”, finalizou o presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abrão.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A vantagem acadêmica de Cuba

Em 1997, uma pesquisa conduzida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) testou os conhecimentos em Matemática e linguagem de 4 mil alunos de 3ª e 4ª séries de 13 países latino-americanos. Os cubanos têm desempenho muito melhor que os das outras nações. Em 2005, num novo exame, novamente Cuba ocupou o topo da lista. Qual o segredo da ilha para obter resultados tão bons? A pergunta motivou Martin Carnoy, que leciona Educação e Economia da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, a realizar um estudo comparativo entre Cuba, Chile e Brasil. Após filmar aulas de Matemática (disciplina em que o desempenho foi mais desigual nos três países) em 36 escolas e entrevistar funcionários da área de Educação de todos os níveis de governo, além de professores, diretores, estudantes e pais, o americano concluiu que boa parte das diferenças está dentro das próprias salas. "Em Cuba, a turma trabalha mais, as perguntas do educador levam todos a pensar e ele não para a toda hora para pedir atenção." Isso, no entanto, dentro de um ambiente ideologizado e repressivo, o que sugere a necessidade de adaptar as soluções para um contexto democrático. A convite da Fundação Lemann, Carnoy esteve no Brasil em agosto para lançar o livro A Vantagem Acadêmica de Cuba, em que relata as descobertas da pesquisa.
Leia a reportagem na íntegra clicando no link abaixo:

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Projeto de lei quer limitar número de alunos por sala

Um projeto de lei que tramita no Congresso pretende estabelecer limites para o número de alunos por professor nas diferentes faixas etárias do ensino público:

Jardim da infância (de 3 a 4 anos) - Até 15 alunos por sala
Pré-escola (de 4 a 5 anos) - Até 20 alunos por sala
Ensino fundamental (1ª à 5ª série) - Até 25 alunos por sala
Ensino fundamental (6ª à 9ª série) - Até 30 alunos por sala
Ensino médio - Até 35 alunos por sala

De fato, a mudança no número de alunos em sala faz com que o professor tenha maior possibilidade de atender as diferentes necessidades dos alunos e realizar intervenções mais pontuais por parte do professor, além de favorecer a interação entre as crianças e a troca de saberes.
No entanto, se o professor não tiver um planejamento que busque esta interação, se continuar com uma aula exclusivamente expositiva em que todos os alunos tenham que estar o tempo todo fazendo tudo igual, com exercícios padronizados, de nada irá adiantar.

E você, o que pensa sobre este projeto? Vote em nossa enquete e dê sua opinião.

Saiba mais lendo a reportagem na íntegra clicando no link abaixo: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI105822-15228,00-PROJETO+DE+LEI+QUER+LIMITAR+NUMERO+DE+ALUNOS+POR+SALA.html

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Criatividade na ação docente

No evento BIT Day 2009 promovido pela Fundação Bradesco, Paula de Wall, da Universitá Degli Studi di Padova, na Itália, apresentou o tema "Criatividade na Ação Docente: talento ou competência" na qual levantou alguns pontos importantes.
Segundo ela, a criatividade tem duas perspectivas:
Comunicativa - que pode envolver o uso de softwares e mídias para explicar melhor alguma coisa a alguém
Científica - criatividade aplicada no âmbito científico - geração de saberes e conceitos.

Cada uma delas é composta por algumas etapas que foram definidas por ela:

Perspectiva Comunicativa:

  • Ideação: técnica que identifica um objeto para a composição de um texto (que pode ser teatro, filme, música, etc.)
  • Composição: para comunicar o texto é preciso conhecer a sua linguagem e seus recursos e estruturas linguísticas de acordo com o tipo de texto
  • Fruição: é preciso pensar no destinatário e na adequação do texto para o público
  • Interobservação: analisar e trabalhar com o produto dos outros, observando o que o oturo fez para aprender o que é bom e poder incorporar ao seu trabalho.

Perspectiva Científica

  • Hipótese: definição do problema com criatividade (eu acho...)
  • Verificação: verificar se a hipótese definida é verdadeira
  • Difusão: se der certo, difundir para outras pessoas, não só como uma troca de experiências; é preciso documentar dados que provem o sucesso do trabalho - tem que haver evidências e não apenas opiniões.
  • Revisão

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Reflexões sobre educação

"Não é meu..." Sobre a arte de desincumbir-se
José Pacheco

Primeira situação: o moço havia chegado à sua nova escola nesse dia, expulso de outra e bem recomendado: "é uma criança mimada e desobediente". Quando pendurou o casaco, derrubou dois e não fez menção de os apanhar. Fui ao seu encontro. Olhei para os casacos caídos. E o moço falou: "não fui eu!"Fitei-o, calma e insistentemente. O moço voltou à fala: "não são meus!"Voltei o meu olhar para os casacos. O moço voltou atrás, apanhou-os e pendurou-os nos cabides de onde os tinha arrancado. No fim da tarde, uma senhora entrou na escola, dirigiu-se ao vestiário, pegou no casaco do moço, atirando um outro casaco ao chão. Não se abaixou para o apanhar.

Segunda situação: portas fechadas, o avião acabava o abastecimento de combustível. A tripulação avisava ser proibido o uso de celulares. Os celulares tocavam e muitos passageiros faziam ouvidos de mercador, ligando para familiares e amigos.O avião chegou ao final da pista, preparava-se para decolar. A aeromoça insistia: "minha senhora, faça o favor de apertar o cinto da sua filha". "Ela não deixa colocar o cinto. Não consigo convencê-la."Quando a mamã insiste - "Vá lá, meu anjinho, deixa mamãe pôr o cinto!" - apanha uma sonora bofetada do seu anjinho. Encolhe-se. Sorri para a aeromoça: "não vê que é uma criança..." E, durante toda a viagem, sapatos sujos em cima do assento, a criança premiu o botão de chamada, arrancou e destruiu tudo a que pode deitar a mão. Impunemente.O avião aproximava-se da manga de desembarque. Três vezes a aeromoça apelou: "por favor, permaneçam sentados até a paragem completa da aeronave". Repetiu o apelo em língua inglesa. Os passageiros levantados não voltaram a sentar-se. Presumo que fossem surdos, ou que não fossem ingleses...

Terceira situação: um jovenzinho de aspecto boçal descalçou-se, inundando o ônibus de um cheiro nauseabundo. Pousou um pé no espaldar do assento à frente. A passageira da frente sentiu o contacto do pé (e do odor), encolheu-se e voltou o rosto para a janela.

A moral da história... Provavelmente, quase todos os protagonistas destes episódios exemplares terão andado na escola. Certamente, os jovenzinhos tiveram pais, parentes e amigos. Educação não tiveram. Quem os ajudou a crescer?

José PachecoEducador e escritor, ex-diretor da Escola da Ponte, em Vila das Aves (Portugal)josepacheco@editorasegmento.com.br

Fonte: http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=12791

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Adiamento do SARESP

Saresp foi adiado; exame será aplicado na próxima semana

As provas do Saresp (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), que começariam a ser aplicadas nesta semana, foram adiadas. Segundo a Secretaria de Estado da Educação, a empresa responsável pela aplicação da avaliação não conseguiu cumprir os prazos definidos em contrato. O exame, que ocorreria nos dias 10, 11 e 12 de novembro deverá ser aplicado na próxima semana, nos dias 17, 18 e 19 de novembro.
O Saresp avalia o desempenho nas disciplinas de português, matemática, história e geografia dos alunos de 2ª, 4ª, 6ª e 8ª séries do ensino fundamental e 3ª série do ensino médio das escolas que aderiram à prova. Devem fazer a avaliação 2.474.817 estudantes do Estado, sendo 1.780.122 de escolas estaduais, 625.950 de escolas municipais e 68.745 de escolas particulares.
A medida foi tomada depois que o Caed (Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação), empresa que venceu a licitação para realização do Saresp, avisou à secretaria que não conseguiria cumprir os prazos definidos inicialmente. De acordo com a assessoria de imprensa da Educação, a instituição irá aplicar a avaliação, mas deverá sofrer sanções previstas em contrato.O Caed é um órgão integrante da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora).
AdiamentoEm nota, a secretaria diz ter sido "pega de surpresa" com o comunicado feito pelo Caed no sábado (7), dizendo que não seria possível cumprir os prazos do exame. Segundo a pasta, o secretário Paulo Renato Souza e coordenadores envolvidos no processo se reuniram no final de semana para decidir sobre o adiamento e no domingo (8), foram destacadas mais de 300 pessoas para tentar resolver o atraso na entrega do material.A secretaria afirma que, neste ano, o Saresp exigiu uma logística maior em virtude da inclusão de novas disciplinas (história e geografia) e da adesão de alunos de escolas municipais e particulares. Mais de 20 tipos de provas por série e disciplina foram preparadas como medida de segurança contra vazamento. A pasta prevê a impressão de cerca de 7 milhões de provas.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/ultnot/2009/11/09/ult105u8865.jhtm

domingo, 8 de novembro de 2009

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Dia da Consciência Negra

20 de novembro é o Dia Nacional da Consciência Negra. A data foi escolhida em homenagem a morte de Zumbi, em 1695, líder do Quilombo dos Palmares.
Zumbi representa a figura da luta contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele criou o maior quilombo que já existiu no país.
De lá pra cá, muitos negros se destacaram dentro da cultura brasileira. Por isso, durante este mês vários eventos culturais irão comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra. Além de destacar nomes de escritores, músicos, esportistas, intelectuais, entre outros artistas afro-descendentes.
Veja parte da programação que acontecerá na cidade de São Paulo:
Música
Comemoração na Praça da Sé: Elza Soares, Luiz Melodia, Quinteto Preto e Branco e outros
BNegão e Seletores de Frequência no CCJ Ao VivoPiano na praça com Dom Salvador e Lobato AcarahibaTributo a Michael JacksonZ’África Brasil toca no CCSP
Literatura
Poesia e identidade negra
Homenagem a Carlos Assumpção
A trajetória da família Trindade na arte
Encontro Manguebeat: Chico Science & Nação Zumbi e os ritmos da cultura popular
Sarau Astronômico
Narração de histórias: Um canto de África
Exposição
Museu do Futebol no dia da Consciência Negra
Ricardo Teles expõe imagens do projeto “O Lado de Lá” na Matilha Cultural
Oficinas
Seleção de oficinas relacionadas ao mês da consiência negra
Cinema
Documentários abordam a cultura e miséria da ÁfricaMostra “O Recorte África/Brasil”

Fonte:http://catracalivre.folha.uol.com.br/2009/10/novembro-e-o-mes-da-consiencia-negra/

domingo, 1 de novembro de 2009

Os pensadores - Platão


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Texto de Platão