sábado, 24 de outubro de 2009

Alfabetização - relato de uma experiência

Em seu livro Cultura Escrita e Educação (Artmed, 2001) Emília Ferreiro coloca o professor no papel de pesquisador, de alguém que precisa buscar respostas para as questões que se colocam:
Parece-me certo que um professor tenha uma atitude investigativa, porque isso quer dizer que é alguém que pensa e, portanto, continua aprendendo. Alguém que não tem respostas, mas que é capaz de dizer "há problemas, há mais para saber, isto me coloca um desafio".

Foi isso que a professora Luciane Gonçalves pensou ao receber um aluno no início do ano e que, com o passar do tempo, poucos avanços apresentava com relação à escrita. Porém, isso não a deixou parada, foi trabalhando com o aluno até chegar o momento em que pode colher os frutos deste trabalho.

Veja a seguir, o relato da professora:
Carlos é um aluno do 1º ciclo final e no inicio do ano estava na fase da escrita silábica sem valor. Participou durante o ano de inúmeras situações de aprendizagem para avançar desta fase, porém Carlos não progredia. Sempre me falava o quanto ele queria aprender a ler e escrever, e eu dizia que iria conseguir, mas que precisava ter paciência. Carlos é um aluno assíduo, gosta da escola, se relaciona melhor com outras crianças está mais participativo, pois antes não conversava, estava sempre de cabeça baixa.
No dia 25 de setembro a vida de Carlos mudou e ficará marcado em nossas vidas, pois conseguiu escrever as primeiras palavras. Todos os esforços, amor e dedicação voltados para ele deram resultados. Carlos está feliz! Ele me disse: eu queria tanto aprender a ler e escrever e hoje eu consegui, agora não vou deixar ninguém copiar minha lição!
Este fato vem comprovar o que a teoria apresenta sobre o quanto é necessário acreditar nos nossos alunos, no potencial de cada um e investir muito em situações de aprendizagem que auxiliam no desenvolvimento humano.
Cada criança tem seu ritmo de aprendizagem, mas a forma como se ensina, as estratégias utilizadas na escola, o respeito ao potencial de cada um faz a diferença no desenvolvimento dos alunos.

Prof. Luciane Gonçalves - EMEIEF Cora Coralina - Santo André - SP
Obs. O nome do aluno é fictício.

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