A pesquisadora Délia Lerner, no livro A Didática da Matemática, faz um relato sobre as hipóteses que as crianças levantam a cerca da cosntrução do número. Essas hipóteses não tem uma ordem ou uma idade para que aconteça. Elas dependem do contato que as crianças têm com os números e como elas interagem com eles. Essas hipóteses estão brevemente resumidas a seguir:
· Escreve como se fala. Por exemplo, para 125 escreve 100205
· Quanto maior a quantidade de algarismos, maior o número. Por exemplo 14537 é maior que 937. Essa generalização pode induzir a erros quando chega à fase dos números racionais, por exemplo: acreditam que 0,35 é maior do que 0,5.
· O primeiro é quem manda. Por exemplo: acreditam que 954 é maior do que 14537.
· Délia Lerner fala ainda sobre os nós 10, 100, 1000, etc, que seriam mais facilmente “gravados” pelas crianças.
Muitas vezes a criança lê o número corretamente mas na escrita usa diferentes hipóteses porque na leitura o número já está posto.
O contato e a interação com os números são os responsáveis pela superação e o avanço nas hipóteses.
Para isso é importante que os alunos sejam colocados em contato com situações do dia-a-dia em que os números aparecem dentro do seu contexto real.
Simular um mini-mercado é uma boa situação de aprendizagem pois os alunos podem ver os valores e descobrir se o dinheiro que possuem é suficiente para comprar determinado produto. Fazer painéis com números dos calçados dos alunos e colocá-los em ordem crescente também ajuda os alunos a ler e comparar quantidades, assim como altura, peso, etc.
Outra boa situação é trabalhar com a contagem de diferentes objetos como na foto ao lado. Nesta atividade os alunos receberam diferentes materiais escolares e tiveram que contar quanto tinha de cada um, registrar e depois analisar o que tinha em maior e em menor quantidade.
Outra dica importante é que os alunos sempre possam registrar os numerais que estão sendo trabalhados, que não trabalhem apenas oralmente e que possam socializar suas escritas de modo que o confronto das mesmas possa levá-los a uma escrita convencional do número superando as hipóteses iniciais.
Quer saber mais?
Leia: Didática da Matemática: reflexões psicopedagógicas - org. Cecília Parra e Irma Saiz - Ed. Artes Médicas.
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