Quando os alunos já estão alfabetizados, fica mais evidente a necessidade do trabalho com a ortografia das palavras. Para cada tipo de erro ortográfico, diferentes estratégias podem ser utilizadas. Segundo Artur Gomes de Morais (2007), há diferentes classificações para as diferentes dificuldades ortográficas. No caso da nasalização - uso do M ou N no final das sílabas - esta estaria dentro das regularidades contextuais, ou seja, é o contexto da palavra que vai definir qual letra deverá ser utilizada. Se olharmos bem, veremos que o uso destas diferentes alternativas está definido por regras. Sendo assim, pensando em boas situações de aprendizagem, poderemos fazer com que os alunos compreendam e avancem com relação à esta dificuldade.
Veja abaixo uma sugestão para este trabalho:
Releitura com focalização
Objetivos
Desenvolver uma atitude de dúvida diante de questões ortográficas.
Refletir sobre os usos das letras M e N.
Planejamento
Quando realizar? Após a leitura da história.
Como organizar os alunos? Em duplas.
Quais os materiais necessários? Cópias do trecho do texto.
Qual é a duração? Cerca de 40 minutos.
Encaminhamento
Sugerimos para esta atividade um trecho do conto “O sapo, a onça e o pirarucu”,
mas você pode utilizar outra história, conhecida dos alunos, que tenha
palavras com M e N. O importante é que, à diferença do momento em que leem
uma história para conhecê-la, desta vez vocês vão parar a cada vez que
houver palavras em que as letras M ou N tenham o mesmo som.
Faça uma primeira leitura, sem interrupções, somente para relembrar a história.
Inicie a segunda leitura, avisando aos alunos que devem interromper todas as
vezes que surgirem palavras nas quais as letras M e N têm o mesmo som, para
discutir por que a palavra é escrita com M ou com N. Vá anotando na lousa
as palavras que forem discutidas.
Não se trata de explicar a regra, mas de chamar a atenção dos alunos, de voltar
seu olhar para um conhecimento que ainda não construíram.
Estipule um tempo para que, em duplas, conversem sobre os usos de M e N
e depois socialize as conclusões. Ouça cada uma
e volte à lista escrita na lousa, para observar se todas as palavras estão de
acordo. À medida que os alunos forem levantando hipóteses, você pode apresentar
contra-exemplos ou pedir que eles mesmos o façam. Todas as duplas
devem ter espaço para expor suas idéias.
Quando uma dupla verbalizar a regra correta (M antes de P ou B), tente aplicá-la
a todas as palavras da lista e peça novos exemplos aos alunos, para confirmar
a regra. Diga-lhes que, por enquanto, a regra citada vale.
O procedimento recomendado aqui dá aos alunos a oportunidade de compreender
e testar uma regra ortográfica. É bem diferente de precisarem decorar
uma regra e a partir disso aplicá-la. A atividade inteira está encaminhada com
o objetivo de obter a maior compreensão possível da regra, para que as crianças
possam utilizá-la de modo mais atento e consciente.
Texto sugerido
Há muito tempo, quando os bichos falavam, mas só ouviam o que
queriam, a onça foi beber água e topou com um sapo no caminho. Não
pediu licença, não. Simplesmente atirou o sapo no rio.
O sapo caiu com tanta força que acertou na cabeça de um pirarucu. O
sapo disse:
– Desculpa. A onça me jogou.
Mas o peixão deu um raquetaço com o rabo e jogou o sapo de volta para
a terra.
A onça disse:
– Ué, compadre sapo, voltou?
Fonte: Ortografia: ensinar e aprender (Artur Gomes de Morais)
Guia de planejamento e orientações didáticas para o professor do 2º ano - PSP
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPorque usamos m e nao n no final da palavra
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